Não posso. Está bem, não podes. Vá lá, já te disse que não posso mesmo, se pudesse seria diferente. Mas não podes.
Não repitas essa frase outra vez, dá-me vontade de arrancar os olhos só por quererem chorar, detesto quando tem manias e vontades próprias, detesto que vivam para além de mim. Não os olhos. Os outros. E pensas que voltou atrás a pedir desculpa? Não, não iria mudar a vida dele mais um bocadinho por me ver a fazer birra, ou a tentar prender um berro que me sobe devagar na garganta. Não posso, disse Ele. E eu que aceite, que me conforme e que espere que o tempo passe por mim, que eu perca os dias que correm no calendário do ano passado que já acabou. Mas se não podes, porque é que insistes em dizer que podes vir? Era mais fácil quando não tentavas mentir e fingir uma surpresa, e sim, não te espero mas sei que não vou dormir porque quero estar pronta quando tocares a campainha, mas não podes. E não podes mesmo, e mesmo que eu quisesse que pudesses, tu não podes. Merda. E desculpa os palavrões, a arrogância e a idiotice a que chamamos, comummente, ciúmes. Devias poder. E agora? Que faço eu até ser o tempo de voltar á vida que deixei pendura numa terra que não gosto nem é minha? Devias estar aqui para aturar as neuras. Mas não quero que o faças, não tens de o fazer e se calhar até podes, mas eu não quero. Já que não posso mandar no que não podes, ao menos que mande no que não posso.
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1 comentário:
eu também não posso ir. e tu não podes vir. mas podemos sempre encontrar-nos. há um Lugar, o nosso. para sempre sempre *
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